segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Viroses



Viroses

As doenças apresentadas nesta seção são causadas por vírus. São as principais

 responsáveis pela morte de filhotes, mas podem atingir

 também cães adultos. As viroses mostradas aqui NÃO atingem o ser humano.

Os animais se contaminam através de urina, fezes e secreções de cães doentes.

 Pelo fato de muitos desses vírus sobreviverem por até 1

 ano em condições ambientais, o local onde um cão doente esteve abrigado deve

 ser evitado por filhotes e cães não vacinados durante

 esse período de tempo. Mesmo que ocorra a desinfecção do ambiente, o risco de

 contaminação ainda é considerável.

Alguns vírus continuam a ser eliminados pela urina dos animais que conseguiram

 sobreviver à doença, por vários meses. 

Essas informações são bastante importantes e nos leva à conclusão: deixar de

 vacinar um cão e levá-lo para as ruas é um risco muito

 grande. Da mesma forma, os filhotes só podem ter contato com o meio exterior e

 com outros cães após terminada a fase de

 vacinação.

Dentre as viroses, as mais temidas são a cinomose e a parvovirose, por serem

 bastante violentas e altamente contagiosas, causando a

 perda de muitos animais. A vacinação é o único meio de evitá-las.

Cinomose

É uma doença que atinge os cães, não transmissível ao homem, altamente

 contagiosa, causada por um vírus bastante resistente ao

 meio ambiente. Animais de todas as idades podem ser acometidos. 

O período de incubação da cinomose pode chegar a 10 dias. O animal apresenta

 febre, apatia, perda de apetite, vômitos, secreção

 nasal e ocular e sinais neurológicos, dentre outros. A doença pode apresentar-se

 de várias formas, inclusive com sinais neurológicos

 apenas, o que significa um estágio mais avançado. 

O vírus da cinomose atinge vários órgãos: rins, pulmões e, principalmente, o

 sistema nervoso, daí os sinais do tipo "tiques", andar


 cambaleante, ataques convulsivos, etc. Uma vez diagnosticada a doença através

 dos sintomas, histórico e exames laboratoriais, o



 animal recebe tratamento de suporte, ou seja, condições para o organismo

 reagir. 

O curso da doença é variável. O animal pode passar por todos os estágios ou

 rapidamente apresentar os sintomas neurológicos, que 

são irreversíveis, mesmo que ele atinja a cura. Atualmente, alguns tipos de

 terapias podem auxiliar animais com sequelas de cinomose,


 como é o caso da acupuntura. A morte ocorre com frequência e muitas vezes o

 dono do animal opta pela eutanásia para aliviar o 

sofrimento de seu animal. 

Devemos usar de todos os recursos disponíveis na tentativa de salvar o cão.

 Porém, mesmo com um tratamento intensivo e adequado,

 a resistência individual é o fator mais importante. Se o cão atingir a cura, ele

 ficará apenas temporariamente imunizado, e deverá 

continuar sendo vacinado anualmente.

Parvovirose

A parvovirose é uma doença muito comum e causadora de 80% de morte nos

 filhotes contaminados. Não é transmitida ao homem. Ela

 pode atingir cães em todas as idades, daí o cuidado em se manter o cão vacinado

 anualmente. 


Os sinais são febre, apatia, perda de apetite, vômitos e diarreia profusa. O animal

 solta as fezes na forma de jatos, de odor fétido e 

com muito sangue. O cão desidrata rapidamente e deve receber cuidados

 imediatos. Muitos necessitam de internação, pois a doença

 aparece de forma abrupta e violenta. 

O tratamento, como no caso de outras viroses, visa dar suporte aos animais para

 que eles consigam reagir. O período de incubação

 pode chegar a 12 dias, e o animal que sobreviver à doença ficará imunizado

 temporariamente. 

A parvovirose não deixa sequelas, e o animal curado ganha peso e volta a se

 desenvolver rapidamente. Porém, apesar de contarmos

 com recursos como soro e plasma hiperimunes, que conferem ao animal

 anticorpos já prontos no tratamento da parvovirose, ela é

 uma doença que ainda mata muitos filhotes. 

O diagnóstico deve ser feito também através de exames laboratoriais, pois

 existem algumas verminoses e intoxicações que podem ser

 confundidas com a parvovirose, se muito intensas.

Coronavirose

É um vírus muito similar ao vírus da parvovirose, causando sintomas

 semelhantes. É muito difícil diferenciar as duas doenças apenas

 pelos sintomas. São necessários exames laboratoriais, embora nem sempre essa

 diferenciação seja necessária, pois o tratamento das 

duas doenças é semelhante.

A coronavirose pode ser considerada mais branda que a parvo, porém, pode levar

 à morte muitos animais. Os sinais clínicos são:

 febre, inapetência, apatia, vômitos e diarreia na forma de jatos. Os animais 

recebem tratamento sintomático, e as chances de 

sobrevivência são maiores.

Hepatite Viral Canina

É uma doença causada por um vírus que NÃO atinge o homem. Sua ocorrência é

 bem menos frequente que a cinomose e a 

parvovirose, e a mortalidade também não é tão alta. O período de incubação é de

 2 a 5 dias. O vírus atinge o fígado e outros órgãos,

 especialmente os rins. 

O animal pode apresentar desde sintomas leves até um quadro bastante severo.

 Os sinais clínicos incluem febre, apatia, inapetência,

 vômitos amarelo-esverdeados, diarreia e, em uma pequena porcentagem de

 cães, uma alteração ocular denominada "olho azul" 

(edema da córnea), reversível na maioria dos casos.

O tratamento é sintomático, e visa dar condições de reação ao organismo.

Parainfluenza

É um dos agentes causadores da chamada "tosse dos canis". O vírus, não

 contagioso ao homem, causa uma tosse não produtiva (sem

 catarro), com febre baixa ou ausência dela. O quadro persiste por 2 semanas e o

 prognóstico é bom. Os animais se contaminam pelo 

contato direto com cães infectados. O período de incubação é de nove dias. A

 associação de outros agentes (bordetella, adenovirus ou

 mycoplasma) com a parainfluenza é comum, e pode causar um quadro mais

 severo, como perda de apetite, apatia, tosse dolorosa e 

febre alta.

Mantenha seu cão vacinado anualmente, pois as vacinas dadas na fase de filhote

 devem ser repetidas todos os anos para garantir 

imunidade ao cão. Nunca tente tratar essas doenças com receitas caseiras, pois

 elas são graves e precisam de tratamento adequado

 para que o animal tenha chance de sobreviver.


Silvia C. Parisi


médica veterinária - (CRMV SP 5532)


Fonte: Webanimal

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